quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O vagar, segundo a tartaruga de Álvaro Magalhães



Vagar, cada vez mais devagar, gosto do Alentejo.Remar contra a maré da eficácia.Haja tempo para lavar a roupa no tanque .Dormir até tarde, se apetecer.

"A tartaruga dirigindo-se aos homens"


Devagar, eu? Nem nisso penso.
Apenas vou, seguindo o ritmo
da natureza a que pertenço.


Eu caminho e vivo
como cresce a erva (devagar?)
como se enchem de flores as árvores
e se formam os rebanhos de nuvens no ar.


Vocês é que são desenfreados
e só vêem manchas, pedaços do que existe.
Como se estivesse alguém a empurrar-vos...

É muito triste!
De corrida em corrida, como a lebre,
chegareis antes de mim ao fim
da grande corrida que é a vida.
Só que não ides ganhar,mas perder
E, o que é pior,
sem ter visto nada,
deixando quase tudo por fazer.


Devagar, cada vez mais devagar
eu também lá acabarei por chegar.
Terei então ganho a corrida
e, principalmente,
a vida."

4 comentários:

Pata Negra disse...

Que o céu te caia em cima e te faça azul, meu branco da terra!
Um abraço nefebilata

Anônimo disse...

O que é que se passou com aquela fotografia ?

Ela esteve lá não esteve?
Será que sonhei?

Quanto ao vagar é mesmo isso é dar espaço para que algo aconteça e neste caso a vida.

Bjs

Camolas disse...

O Álvaro Magalhães foi uma notável surpresa que me apresentaram.
Ultimamente, os livros que mais me impressionaram são para crianças.
Sinto que estou no bom caminho...

Pata Negra disse...

Realmente os tratamentos, que ando a fazer, estão a dar resultado. Se eu te disser que a primeira vez que vi este post tinha visto um céu azul dentro dum tanque de lavar roupa não acreditas!
Sendo assim, emendo o primeiro comentário: que caias dentro do tanque e que o omo te faça mais branco.
Um abraço de alma branca